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Em 1970, a razão da minha pouca existência era um nanico tagarela que, com um charmoso sotaque italiano e jeitinho dengoso, conquistava todas as menininhas da minha idade.
Ele era lindo! Tinha 20 centímetros de altura, orelhas enormes, uns três ou quatro fios de bigode e usava calça vermelha, camisa branca, gravatinha borboleta azul e sapatos pretos. Completava o visual com suspensórios, também azuis, e um bonezinho amarelo. Para dormir, vestia uma sensual camisola branca, e uma touquinha com pompons. Um pão! Seu nome, Topo Gigio.Topo Gigio era um simpático e falante ratinho por quem eu era completamente alucinada! Nunca fui uma criança tímida, ao contrário, era bem espevitada, passava o dia inteiro aprontando enquanto esperava a hora do meu namoradinho camundongo chegar. Minha mãe agradecia a Deus quando ele aparecia na televisão, sempre risonho, dançando e cantando sem parar, só assim eu dava um pouquinho de sossego, dizia ela.Foi assim que a música entrou na minha vida. Lembro até hoje do Topo Gigio, com uma faixa na testa, a lá Simonal, cantarolando 'meu limão, meu limoeiro, meu pé de jacarandá, uma vez tindo lelê, outra vez, tindo lalá...'. Eu tinha certeza absoluta de que o Simonal era algum amigo muito íntimo dele. Talvez primo, sei lá...- Não, espera... não pode ser, não existe primo adulto, pensava. O Simonal é muito grande, deve ser tio do Gigio. Ou avô, quem sabe? Ah, não importa, se ele é amigo do meu namorado, é meu amigo também. Eu só não entendia por que o Simonal imitava o Topo Gigio...Um dia, sem mais nem menos, os caras lá do Pasquim cismaram com o ratinho, disseram que ele era gay porque balançava a perninha e pedia beijinho para o Agildo Ribeiro. A solução foi arrumar uma namorada famosa para provar que ele era um rato de verdade, rato com R maiúsculo! A escolhida foi, ninguém mais ninguém menos que a própria 'namoradinha do Brasil', a Regina Duarte, que virou Rosita, minha rival. Mas, eu não senti ciúme, não. A verdade é que eu até gostava dela. Mas, o truque não deu certo. De novo, o Pasquim pegou no pé do Gigio com uma conversa esquisita de que ele era bissexual. Claro, o Gigio não gostou nem um pouquinho da brincadeira. Ficou muito magoado e, dali a uns tempos, resolveu ir cantar noutra freguesia. Jogou uma trouxinha nas costas, olhou no fundo dos meus olhos e cantou 'adeus amor, eu vou partir, pra bem longe daqui...'. Foi embora para sempre, nunca mais voltou.
Ele era lindo! Tinha 20 centímetros de altura, orelhas enormes, uns três ou quatro fios de bigode e usava calça vermelha, camisa branca, gravatinha borboleta azul e sapatos pretos. Completava o visual com suspensórios, também azuis, e um bonezinho amarelo. Para dormir, vestia uma sensual camisola branca, e uma touquinha com pompons. Um pão! Seu nome, Topo Gigio.Topo Gigio era um simpático e falante ratinho por quem eu era completamente alucinada! Nunca fui uma criança tímida, ao contrário, era bem espevitada, passava o dia inteiro aprontando enquanto esperava a hora do meu namoradinho camundongo chegar. Minha mãe agradecia a Deus quando ele aparecia na televisão, sempre risonho, dançando e cantando sem parar, só assim eu dava um pouquinho de sossego, dizia ela.Foi assim que a música entrou na minha vida. Lembro até hoje do Topo Gigio, com uma faixa na testa, a lá Simonal, cantarolando 'meu limão, meu limoeiro, meu pé de jacarandá, uma vez tindo lelê, outra vez, tindo lalá...'. Eu tinha certeza absoluta de que o Simonal era algum amigo muito íntimo dele. Talvez primo, sei lá...- Não, espera... não pode ser, não existe primo adulto, pensava. O Simonal é muito grande, deve ser tio do Gigio. Ou avô, quem sabe? Ah, não importa, se ele é amigo do meu namorado, é meu amigo também. Eu só não entendia por que o Simonal imitava o Topo Gigio...Um dia, sem mais nem menos, os caras lá do Pasquim cismaram com o ratinho, disseram que ele era gay porque balançava a perninha e pedia beijinho para o Agildo Ribeiro. A solução foi arrumar uma namorada famosa para provar que ele era um rato de verdade, rato com R maiúsculo! A escolhida foi, ninguém mais ninguém menos que a própria 'namoradinha do Brasil', a Regina Duarte, que virou Rosita, minha rival. Mas, eu não senti ciúme, não. A verdade é que eu até gostava dela. Mas, o truque não deu certo. De novo, o Pasquim pegou no pé do Gigio com uma conversa esquisita de que ele era bissexual. Claro, o Gigio não gostou nem um pouquinho da brincadeira. Ficou muito magoado e, dali a uns tempos, resolveu ir cantar noutra freguesia. Jogou uma trouxinha nas costas, olhou no fundo dos meus olhos e cantou 'adeus amor, eu vou partir, pra bem longe daqui...'. Foi embora para sempre, nunca mais voltou.
Por Meire Bottura
Olá! Cheguei a essa página por acaso e, para a minha grata surpresa, dei de cara com o meu texto... adorei!
ResponderExcluirO Topo Gigio marcou demais a minha infância. Eu era tão apaixonada por ele que, durante um bom tempo, o meu apelidinho era justamente esse - Topo Gigio.
Abraços, felicidades e ótimo 2010!