quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010


Bianca
Despontou para o sucesso no fim de 1979, ainda
em sua adolescência, com um compacto simples
que trazia as músicas Os Tempos Mudaram
(O Que Me Importa) e Vou Pra Casa Rever
Os Meus Pais, versão de A Little More Love.
Posteriormente, gravou outras baladas
de sucesso, como Minha Amiga e Agora Chega.
As canções falavam de rebeldia, crise existencial
e Beatles, mas nada autoral.

Em 1980, com seu primeiro LP, conquista
elogios da crítica e popularidade,
principalmente entre os jovens.

A gravadora RGE foi responsável pela
produção do disco e da carreira de Bianca,
que costumava cantar em programas
como Chacrinha, Sílvio Santos,
Bolinha e Globo de Ouro.

Fazia fotonovela nas revistas, almoçava
com os artistas e cantava muito no rádio.
Desapareceu do cenário
musical em meados da década de 80.

BIANCA: UMA CANTORA DA ERA PRÉ-PITTY

Por Josué Ribeiro:

Pesquisador musical e colecionador de obras raras
dos anos 70 e 80. Gosto de música bem feita e
principalmente da poesia na letra. Aprecio os estilos
Blues, Jazz e tudo que for popular. Sou contra qualquer
tipo de preconceito com a música, mas defendo que a
música deve ter no mínimo, bom gosto.

Que não ofenda as pessoas e que possa ser ouvida na presença
de uma criança. Música é cultura, a música pode ser um
meio para contar a história de um país.

Com sua guitarra elétrica, ela foi como roqueira,
o retrato da geração que vibrava na transição dos anos 70 para os anos 80.
Na contramão do sistema das gravadoras, que apostavam em cantores
adolescentes sim, mas em trio, quarteto e pacatos. Tinha A Patotinha,
As Melindrosas e a inglesinha romântica Nikka Costa, mas com
Bianca foi diferente. Ela foi a Pitty daquele tempo.

Em 1980, com seu primeiro LP, conquista elogios da crítica
e popularidade, principalmente dos jovens. Cantava em programas
como o de Chacrinha, Sílvio Santos, Bolinha e Globo de Ouro.
Fazia fotonovela nas revistas, almoçava com os artistas no
programa do Aérton Perlingeiro e cantava muito, no rádio.

A gravadora RGE foi responsável pela produção do disco e
da carreira de Bianca, que no seu primeiro LP, já contou com um
repertório apropriado para a sua idade de 16 anos.
Puxado pelas músicas conhecidas do compacto, o LP
tem ainda, além das versões (muito comum na época),
as composições Tempos Difíceis, um blues de Gilliard,
pode acreditar (jovem como ela na época, poucos
anos a mais do que ela) e Comentários A Respeito de John,
do cearense Belchior.
A música Minha Amiga, ficou na memória das jovens mais românticas.
O mais puro retrato da geração perdida, para não dizer alienada.
O disco tem produção artística de Hélio Eduardo Costa Manso,
produtor de quase todos os cantores da época, que pertenciam a RGE.
Na ficha técnica do disco, não consta o nome de Bianca como guitarrista,
o que leva a crer que ela não era de fato, uma guitarrista,
fazia pose apenas. Mas isso não importante. Bianca entra no
cenário musical fazendo diferença num tempo em que Gretchen cantava
(com sucesso) de costas e que a geração do rock nacional ainda
não tinha mostrado sua cara. Falava de rebeldia, crise existencial
e Beatles, mas nada autoral. Solta a voz afinada no disco e nos
tempos antigos, tinha ótima presença de palco.
Infelizmente foi atropelada pela Blitz do
Evandro, que tinha mais a ver com
a geração daqueles primeiros anos da década de 80.
Se ela gravou outro LP,
não teve grande repercussão, pois ninguém sabe
ninguém viu, nem o disco,
nem ela. Porém o disco é recomendado para
quem quer entender a confusão
musical que foi o final dos anos 70, que
depois de ser varrido pela discoteca,
ritmo que dissipou o bolerão (que ainda persistia agonizando)
e fez até os mais tradicionais (Luiz Gonzaga, Ângela Maria,
Jair Rodrigues etc...)
entrar na onda. Se você encontrar o disco de
Bianca dando sopa por aí _o que é muito difícil,
pois quem tem não se desfaz_ não hesite em comprá-lo.


1977 foi o ano em que Elvis Presley, o rei do rock, morreu.
Biografia de Elvis Presley
por Susan Doll - traduzido por HowStuffWorks Brasil

A morte de Elvis Presley
Elvis Presley morreu em Graceland em 16 de agosto de 1977. Ele tinha 42 anos de idade. Sua namorada, Ginger Alden, o encontrou caído na banheira. Os paramédicos foram chamados, mas não conseguirem reanimar Elvis e ele foi levado ao Baptist Memorial Hospital, onde novas tentativas de ressuscitação falharam. Ele foi declarado morto por seu médico, Dr. George Nichopolous, que listou a causa oficial da morte como arritmia cardíaca.Quase imediatamente, rumores que Elvis havia morrido começaram a surgir nos jornais, rádio e noticiários de TV de Memphis, mas os repórteres assumiram uma atitude "esperar-para-ver". Eles já tinham ouvido esses rumores antes.

Durante anos, muitos boatos declaravam que Elvis havia morrido em um acidente de carro o de avião ou que ele havia sido assassinado com um tiro de um namorado ciumento de uma mulher que havia se apaixonado por ele. Certa vez, alguém anunciou que ele havia afundado em um submarino.

Elvis Presley era um garoto local e uma fonte constante de notícias, algumas das quais produzidas para ou pela imprensa de Memphis. Os editores dos jornais e diretores das redações eram cautelosos sobre enviar seus repórteres se o rumor sobre a morte de Elvis fosse apenas mais uma fraude. Mas quando a equipe do Memphis Press-Scimitar soube de uma fonte confiável que Elvis, de fato, havia morrido, a redação ficou estranhamente silenciosa. Dan Sears, da estação de rádio WMPS, em Memphis, fez o primeiro anúncio oficial, e a WHBQ-TV foi a primeira estação de TV a interromper sua programação com a terrível notícia.

À medida que a notícia da morte de Elvis se espalhava pelo país, as estações de rádio imediatamente começaram a tocar seus discos. Algumas estações rapidamente organizaram tributos a Elvis, enquanto outras simplesmente tocaram suas músicas de acordo com os pedidos dos ouvintes, muitos dos quais em estado de choque com sua súbita morte. Algumas pessoas ligavam para suas estações de rádio favoritas apenas porque desejavam contar algumas de suas histórias sobre a primeira vez que ouviram Elvis cantar ou falar sobre o quanto o talento e a música dele significavam para elas.

Da mesma forma que muitas pessoas se lembram exatamente onde estavam quando ouviram que o Presidente John F. Kennedy havia sido assassinado, a maioria dos fãs de Elvis se lembra onde estava no dia em que Elvis morreu. Mick Fleetwood, do grupo de rock Fleetwood Mac, lembra, "As notícias chegaram como uma catástrofe. Eu estava dirigindo de volta das montanhas e ouvindo rádio. Eles estavam tocando um pout-pourri de Elvis, e eu pensei, 'Legal'. E depois eles voltaram com as notícias".

A maneira como a grande maioria das redes de TV lidou com a notícia da morte de Elvis ilustra sua enorme popularidade e a grande influência que ele tinha sobre a América, algo pouco percebido até a sua morte. Dados do serviço de audiência de televisão Arbitron revelaram que no dia em que Elvis morreu, houve um grande aumento no número de televisões ligadas nos noticiários noturnos.

As equipes das redações de televisão consideraram a morte de Elvis a notícia trágica dos últimos tempos. Não houve tempo suficiente para os repórteres de TV enviados a Memphis pesquisarem histórias para as notícias da noite. Os executivos tiveram de decidir rapidamente onde encaixar a história em relação às outras notícias do dia.

A NBC-TV não somente reescreveu suas chamadas para inserir a história da morte de Elvis nas manchetes, mas a rede também traçou planos imediatos para excluir o The Tonight Show e colocar no ar um documentário com notícias no final da noite. David Brinkley, um âncora de notícias nacionais da NBC na época, abriu sua transmissão com três minutos devotados à súbita morte de Elvis. A ABC-TV também decidiu tornar a história de Presley sua manchete. Quando eles souberam que a NBC faria um especial tarde da noite sobre o significado de Elvis Presley para a música americana, a ABC anunciou que eles também fariam um documentário de meia hora.

Entratanto, a CBS não seguiu o exemplo. O CBS Evening News com Walter Cronkite, considerado o homem mais respeitado da transmissão televisiva da época, comandava o noticiário por mais de uma década. Os executivos da CBS não optaram por abrir a transmissão noturno com a história de Elvis. Os registros da Arbitron indicam que quando milhões de telespectadores perceberam isso, eles imediatamente mudaram de canal para a outra rede.

A decisão da CBS de não fazer da morte de Elvis sua manchete proporcionou à CBS Evening News seus menores índice de audiência em anos. A CBS devotou somente 70 segundos à história sobre Elvis, colocando-a depois de uma longa reportagem sobre o Canal do Panamá. O produtor daquele noticiário noturno era veementemente contrário a colocar a morte de Elvis como manchete, apesar dos outros membros da equipe de programação da CBS sugerirem isso repetidamente. Entrevistado posteriormente, o produtor concordou que ele não estava em sincronia com a consciência nacional. Dois dias depois, a CBS tentou se redimir colocando no ar um documentário sobre Elvis.

Embora Elvis nunca tenha se apresentado na Europa, países de todo o mundo enviaram repórteres para Memphis. A cobertura da imprensa em jornais estrangeiros e na televisão européia foi quase tão extensa quando as reportagens nos Estados Unidos. Em todos os lugares do mundo, as pessoas lamentaram a perda de um artista insubstituível.

Uma hora após a morte de Elvis, fãs começaram a se reunir em frente a Graceland. No dia seguinte, quandos os portões foram abertos para as pessoas verem o corpo de Elvis, a multidão foi estimada em 20 mil. Quando os portões foram fechados às seis e meia da tarde, cerca de 80 mil fãs haviam passado pelo caixão de Elvis. Muitos tinham vindo de diferentes partes do país; muitos de diferentes partes do mundo.

Posteriormente, tantas pessoas chegaram que foi impossível todas entrarem em Graceland, mesmo com a prorrogação do horário. Policiais temeram que pudesse haver problemas com o controle da multidão, mas não houve nenhum. Porém, ocorreu um trágico acidente que não tinha a ver com a morte de Elvis: um motorista alcoolizado atropelou três adolescentes na multidão, matando dois deles.

À medida que o grupo de pessoas cresceu em volta dos portões de Graceland, um clima de carnaval foi criado: pessoas vendendo camisetas e outras lembranças começaram a trabalham no meio da multidão. As pessoas que não conseguiam entrar em Graceland para prestar suas últimas homenagens a Elvis consolavam umas às outras contando anedotas sobre seu ídolo. Quando os repórteres perguntavam a elas porque estavam ali, as pessoas inevitavelmente davam a mesma resposta: não sabiam, de fato, mas sentiam que queriam estar lá onde ele esteve em seu último momento. O clima quente de Memphis e o aglomerado de pessoas na multidão causou mal-estar em muitas delas. Uma unidade médica ficou estacionada nas proximidades para auxiliar as pessoas que desmaiavam, mas ninguém morreu devido ao calor.

Os fãs de Elvis enviaram uma imensa coroa de flores, que foi colocada ao longo do banco em frente à casa. Todas as flores em Memphis foram vendidas até a noite de 17 de agosto e flores adicionais foram enviadas de outras partes do país. Esse foi o melhor dia na história do FTD, um serviço de entrega de cerimônia. Os funcionários da FTD alegam que mais de 2.150 arranjos foram entregues. Os arranjos foram ornados com raios brilhantes, violões, cães de caça e estrelas, como também na forma de coroas e buquês mais tradicionais. Muitos dos arranjos foram enviados imediatamente para o Cemitério Forest Hill, o local de seu enterro. Após o funeral, Vernon Presley permitiu que os fãs levassem as flores como recordações.

Várias celebridades compareceram ao funeral de Elvis, incluindo Caroline Kennedy, a cantora de música country Chet Atkins, os artistas Ann-Margret e George Hamilton, e o pastor evangélico da TV, Rex Humbard, que foi um dos oradores durante a cerimônia. O comediante Jackie Kahane, que havia aberto muitos shows de Elvis, fez seus elogios e um ministro local também falou.

Artistas evangélicos cantaram, incluindo Jake Hess, J.D. Sumner, James Blackwood, e seus grupos vocais, como também a cantora Kathy Westmoreland. O caixão foi transportado para o Cemitério Forest Hill em um longo cortejo composto somente por automóveis brancos.

Posteriormente, quando alguém ameaçou roubar os restos mortais de Elvis, seu caixão foi levado para o Jardim da Meditação, atrás de Graceland. O corpo de Gladys também foi levado para o Jardim da Meditação, em 1977; Vernon Presley morreu e foi enterrado lá em 1979; e Minnie Mae Presley foi colocada ao lado do restante de sua família em 1980
Qualquer que seja o efeito social e cultural que Elvis possa ter tido, foi sua música que teve o impacto mais profundo. Desde o princípio de sua carreira musical, Elvis era dono de um som único e de uma maneira exclusiva de conquistar seu público. Seu carisma inevitável, aliado a um tipo de som que os Estados Unidos nunca haviam escutado antes, o transformou em uma força musical durante décadas, mesmo após sua morte.Uma mistura de estilos e sons nativos norte-americanos, o rockabilly inovador de Elvis permanece hoje tão viçoso como era em 1954. Elvis conseguiu atingir o equilíbrio exato entre o blues, o rhythm-and-blues e o country - com um som que era puramente seu. Sua música traduziu a imaginação de uma geração jovem, ansiosa por criar um tom diferente daquele de seus pais.

Ao longo da década de 60, Elvis concentrou-se principalmente em discos de trilhas sonoras de filmes. Embora muitas dessas canções não tinham uma qualidade superior, ainda havia jóias suficientes para manter a música de Elvis nas paradas de sucessos.


Na década de 70, Elvis deixou o cinema para trás e voltou a seu primeiro amor, fazendo música de excelente qualidade. Seus estilos de pop mais recentes tinham se tornado pomposos e exagerados, mas ainda ecoavam as influências musicais sulistas: gospel, country e rhythm and blues.

As muitas faces de Elvis - rebelde do rock 'n roll, astro de Hollywood, herói dos shows - refletem-se nas dúzias de álbuns que ele gravou. Este artigo disseca alguns dos melhores discos de Elvis Presley, com uma lista cronológica desses discos na última parte. Do rock ao country, passando pelo blues, gospel e até músicas natalinas, há um disco preferido para todo mundo.


Em Jailhouse Rock, Elvis manteve o espírito de seu antigo estilo de early rock 'n' roll
e a qualidade que marcou suas primeiras trilhas sonoras de filme







A música jovem nos anos 70
A música popular foi o que melhor retratou a diversidade e as transformações da cultura jovem nos anos 70. A década que começou com o fim dos Beatles teve uma fase megalomaníaca do rock. O heavy metal e o progressivo eram as vertentes em alta e suas canções estavam cada vez mais sofisticadas, com virtuosismos que flertavam com a música erudita. Bandas, como Led Zeppelin, Pink Floyd e Genesis, faziam concertos grandiosos, em mega turnês. No Brasil Rita Lee e Raul Seixas explodiam nas rádios com os seus lançamentos discograficos e shows por todo Brasil.

Rita Lee expulsa dos "Mutantes"com sua carreira solo era eleita Rainha do Rock e Roberto Carlos o "Rei" da
música popular com sua fase de canções românticas.
Do idealismo ao pragmatismo

Os anos 70 trouxeram uma mudança radical no comportamento jovem. Em uma década, ele foi da esperança à desilusão, do engajamento ao descompromisso. O que começou com protestos contra a Guerra do Vietnã, com lutas contra os regimes autoritários na América Latina e outros embates ideológicos terminou no niilismo e no desencanto do punk ou num crescente hedonismo que daria o tom nas décadas seguintes. Ao final daqueles anos, quase nada da cultura hippie, da paz e amor do “flower power” havia sobrevivido. Aquela contracultura idealista e pacifista, por exemplo, havia sido substituída por uma outra agressiva e pragmática.
Eles começaram quando os Beatles acabaram, no rescaldo do fim do sonho hippie. E terminaram logo após o punk anunciar o fim do mundo como o conhecíamos. Nesse intervalo, os anos 70 trouxeram a efervescência da era da discoteca, os filmes de catástrofe, o início da hegemonia do cinema hollywoodiano para adolescentes, os primeiros passos do hip-hop e da música eletrônica, o auge e a morte do rock progressivo, além de um vestuário que deu uma identidade toda particular para a época. Foram fatos, movimentos e estéticas que ajudaram a enterrar definitivamente as ilusões da década de 60 e a lançar as bases do que seria a vida a partir dos anos 80.Foi uma década em que o mundo vivenciou a derrocada norte-americana no Vietnã, o escândalo político de Watergate, o surgimento do movimento punk, a crise do petróleo e a ascensão de um pensamento econômico ultraliberal. No Brasil, passava-se dos anos mais repressivos da ditadura militar para o início do processo de abertura política. Por conta da censura e do regime autoritário, muitas das transformações culturais e comportamentais daqueles anos não foram completamente vivenciadas por aqui naquele momento.

Mas tanto aqui como lá fora, as roupas, as artes e o comportamento jovem mudaram radicalmente ao longo dos anos 70. A herança sessentista deu o tom nos primeiros anos, no visual e no comportamento hippie e nas artes psicodélicas. No final da década, partes significativas da juventude tinham aderido ao modo de ser soturno e agressivo do punk ou ao estilo colorido, descompromissado e hedonista na onda da discoteca e da música pop.

Descubra nas páginas a seguir os fatos culturais mais marcantes da década de 70 e que até hoje simbolizam aqueles anos no imaginário de todos nós.